Há muitos anos os estudos mostram que para o bebê extrair o leite
materno, é necessário que realize 1) pressão negativa – pega do
complexo aréolo-mamilar, que amplia até 120% dentro da cavidade oral do
lactente, até chegar no ponto de sucção (divisão entre o palato duro e
palato mole) e 2) pressão positiva – movimentos mandibulares que
favorecem a extração do leite com auxílio do hormônio ocitocina, que
libera o leite na mama.
A língua tem papel fundamental nesse processo, juntamente com lábios e
mandíbula, que precisam realizar complexos e organizados movimentos
para a ordenha do leite materno. Vários estudos mostraram os movimentos
peristálticos da língua, que permitem que o leite ordenhado seja
direcionado à orofaringe para ser deglutido.
Atualmente, alguns estudos tem surgido com afirmações de que a parte
anterior da língua não realiza movimentos peristálticos, apenas a região
posterior, além da pressão negativa ser mais importante que a positiva
para a extração do leite materno.
Em primeiro lugar acho importante alertar pais, profissionais e
estudantes para que estejam sempre atentos aos conflitos de interesse,
pois alguns desses estudos são patrocinados por indústrias de bicos
artificiais ou bombas de ordenha. Eles indicam semelhanças entre a
pressão exercita no aleitamento materno e na sucção de bicos
artificiais, no entanto, mais estudos serão necessários para comprovar
esta afirmação.
Em segundo lugar, ainda que a pressão negativa tenha maior
importância do que se imaginava, a atividade muscular revela que os
movimentos mandibulares são intensos e isso significa que eles são
imprescindíveis para a ordenha do leite materno, ao contrário do que
ocorre na sucção de bicos artificiais, cuja ação é reduzida de maneira
significativa.
Diversas pesquisas revelaram que os movimentos musculares na sucção
de bicos artificiais são completamente diferentes do que ocorre no
aleitamento. Neles, os músculos mastigatórios tem ação menor e os
bucinadores (músculos responsáveis apenas pela manutenção da pega e,
posteriormente, para auxílio da manutenção do alimento nos dentes para
ser mastigado) tem ação excessiva, o que pode resultar em pressão sobre
as arcadas dentárias e desequilíbrio orofacial.
Isso significa que tanto bebês prematuros quanto a termo necessitam
do aleitamento materno para a promoção do crescimento facial harmônico,
conformação adequada do palato duro, preparo muscular para a
amamentação, alinhamento dentário, vedamento labial e, finalmente, para a
realização de todas as funções orais (mastigação, respiração,
deglutição, fala).
Ainda que outras interferências possam surgir e desequilibrar as
estruturas e funções mesmo com a amamentação (alergias, tipo facial,
hereditariedade), existe a prevenção para os bebês amamentados. Além
disso, os bicos artificiais continuam desaconselhados pela possibilidade
de confusão de bicos, desmame precoce e pelas alterações estruturais e
funcionais da cavidade oral do lactante.
Na necessidade de complementação, os estudos mais atuais indicam,
como primeira opção, a translactação, pois o bebê manterá o aleitamento
materno e, como segunda opção, para os momentos em que a mãe não estiver
presente, o método do copo.
O método do copo não deve ser utilizado como única fonte de
alimentação: ele serve como método alternativo temporário. O bebê está
na fase oral e necessita da sucção, por isso sempre que a mãe estiver
presente a amamentação é o padrão ouro.
Fonte: http://prolactare.com/amamentacao/informacoes-recentes-sobre-fisiologia-da-succao
Por favor, coloque a autoria do texto!
ResponderExcluirPor favor, coloque a autoria do texto!
ResponderExcluir