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São Carlos, SP, Brazil
Fonoaudióloga, CRFa.13.365. Especialista em Motricidade Orofacial pelo Centro de Especialização em Fonoaudiologia Clínica- CEFAC, Aperfeiçoamento em Fonoaudiologia Aplicada à Clínica Odontológica pela Faculdade de Odontologia de Bauru/USP, em Voz Teoria, Avaliação e Tratamento das Disfonias/Vozes Profissionais pelo Centro de Estudos Diagnóstico e Reabilitação, e em Fonoaudiologia Escolar Preventiva pelo Centro Universitário Central Paulista. Consultora empresarial (Call Center) em comunicação e Fonoaudióloga Escolar (realização de triagens com devolutivas, e orientações aos pais). PRINCIPAIS ATUAÇÕES: - Interposição / pressionamento de língua nos dentes, - Adequação das funções orais (respiração oral, alterações da mastigação, deglutição e fala); - Alterações de frênulo lingual; - Adequação das funções orais aos pacientes que utilizam prótese dentária; - Ronco (com o objetivo no fortalecimento na musculatura envolvida); - Alterações de leitura, escrita e vocal aos profissionais que utilizam a voz; Consultoria em Comunicação Pessoal (aprimorar a eficiência comunicativa com foco na necessidade do paciente).

17.6.16

Como a fono pode ajudar seu filho a comer melhor


Como a fono pode ajudar seu filho a comer melhor

Publicado em 09.12.2015 | por (foto: freeimages) (foto: freeimages)
Sou fonoaudióloga e há 25 anos trabalho com bebês e crianças com algum tipo de dificuldade para se comunicar. Na semana que estreio como colunista do It Mãe, aliás, comemora-se o Dia do Fonoaudiólogo. Mas você sabia que o trabalho desse profissional vai além da linguagem? Talvez nunca tenha pensado nisso, no entanto, quando uma criança fala, ela necessita dos mesmos órgãos que utiliza para sugar, deglutir, mastigar e respirar. Todos esses aspectos se relacionam entre si e influenciam o desenvolvimento infantil como um todo. Por isso, os fonoaudiólogos estudam tanto a prevenção, quanto estratégias que possam colaborar com a habilidade dessas funções. Nesse primeiro post, abordo cinco problemas comuns na criança com dificuldade alimentar, que merecem a avaliação de um profissional.

“Dói! Eu não se sinto bem”
Os problemas orgânicos devem ser o primeiro ponto a ser investigado. Os mais comuns são alergias alimentares, refluxo gastro-esofágico, esofagite eosinofílica, constipação grave, ou qualquer outro sintoma que faça a criança se sentir mal fisicamente. Os sintomas decorrentes dessas alterações como dor e desconforto, durante ou logo após ser alimentado, faz com que o bebê ou a criança associe desprazer ao momento da alimentação, recusando-a para se proteger. Detectar e tratar uma possível origem fisiológica é, por isso, prioridade.

“Eu não consigo”
Alterações da motricidade orofacial incluem qualquer problema físico na região oral que faça com que seja difícil conseguir organizar (isso mesmo!) a comida à boca, mastigar, respirar e deglutir. Problemas anatômicos como fenda lábio-palatina, malformações da traqueia e esôfago, frênulo de língua curto, problemas dentários e/ou má-oclusão dos dentes, hipertrofia de adenóides e amígdalas e aumento da sensibilidade oral (ou seja, a maneira como as células nervosas da região percebem sabor, textura, temperatura etc.) são alguns exemplos que dificultam o processo de alimentação como um todo.

“Sinto-me desconfortável com essa textura, com esse sabor, com esse cheiro e com esse barulho”
As crianças com desafios de integração sensorial – que é a maneira como o cérebro recebe e processa as informações por meio dos cinco sentidos – percebem e sentem os sabores e texturas de modo muito intenso. Geralmente, acabam selecionando os alimentos com os quais sentem conforto e dificilmente aceitam mudanças. Essa seleção quase sempre está relacionada ao modo como as crianças recebem e interpretam o estímulo sensorial dos alimentos. É comum que crianças com esse tipo de dificuldade, por exemplo, prefiram comer somente alimentos suaves ou crocantes com textura uniforme. Há ainda aquelas cujas preferências incluem apenas sabores brandos e outras que apreciam comidas fortes e picantes. O odor e a temperatura do alimento também pode determinar se elas irão ou não apreciar o que está no prato.

“Eu não quero assim! Eu quero fazer do meu jeito.”
Muitas das famílias que me procuram descrevem seus filhos de modo bastante semelhante: se comunicam verbalmente e são muito  inteligentes; tem um forte desejo para descobrir as coisas em seu próprio tempo e à sua maneira; sentem-se facilmente frustrados; e  expressam suas emoções de modo intenso. Muitas crianças que apresentam dificuldade alimentar extrema, apresentam uma natureza independente e muitas vezes inflexível. Costumam ser determinados e não gostam de mudar o modo como brincam, comem, e fazem as coisas.

“Estou com medo….  Vai acontecer de novo…”
Se, no passado, o ato ou desejo de comer resultou em uma sensação desconfortável ou assustadora, o apetite de uma criança pode diminuir. Por exemplo, um episódio de engasgo pode desencadear medo, ao ponto da criança deixar de comer e perder peso rapidamente. Uma criança que tenha sido forçada a comer, por sua vez, também pode ficar com medo e “fugir” da mesa. Outras experiências aversivas incluem aspiração (comida em vias aéreas ou pulmões) ou vômitos recorrentes.
Em resumo, os comportamentos alimentares inadequados muitas vezes são adaptações que a própria criança cria para protegê-la de algum sofrimento ou desconforto. É fundamental descobrir o que está por trás das dificuldades alimentares dela, para que você possa entendê-la e auxiliá-la nesse processo – ora evitando certos tipos de comidas e situações, ora mudando de atitude diante de tantos nãos à mesa. Vale ressaltar que não temos regras prontas: para cada problema e/ou situação, o profissional pode adotar uma conduta diferente. E assim, sem julgamentos e comparações, você poderá ajudar seu filho a desenvolver uma relação positiva com os alimentos.

Fonte:  http://itmae.uol.com.br/baby-and-kids/como-a-fono-pode-ajudar-seu-filho-a-comer-melhor

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