Uma afecção crônica e progressiva do sistema nervoso
A doença de Parkinson (DP) é uma afecção crônica e progressiva do sistema nervoso, de etiologia desconhecida, caracterizada pelos sinais cardinais de rigidez, acinesia, bradicinesia, tremor e instabilidade postural. E além destes distúrbios motores a uma série de alterações fonoaudiológicas que acometem o paciente desde o início da doença (SCARPEl,2007).
Apesar dessa diversidade de sintomas clínicos, normalmente as alterações iniciais na deglutição, também denominada de disfagia, do indivíduo parkinsoniano são despercebidas, e quando o paciente começa a referir dificuldades na deglutição, frequentemente à disfagia se encontra em estágio mais avançado, o que representa um declínio funcional que pode ser determinante para o prejuízo da qualidade de vida (QV). Diante disso, é necessário realizar a avaliação precoce do funcionamento da deglutição na DP e mensurar o impacto dessa função na qualidade de vida, para promover melhores resultados na utilização dos recursos terapêuticos e aperfeiçoar o tratamento (Carneiro, 2013).
Estas alterações de deglutição que acometem o sujeito com a DP são determinadas por prejuízos no transporte do bolo alimentar resultantes do aumento do tempo de trânsito orofaríngeo e alterações na mobilidade laríngea, podendo, também, estar associada às alterações funcionais em esfíncter esofágico inferior.
O processo degenerativo pode afetar a deglutição em todas as fases da doença, mas é mais comum em um estágio mais avançado, sendo uma manifestação mais tardia. Esses distúrbios causam desconforto para comer, tomar medicações, ocasionando baixa ingestação de calórica e desidratação devido à incapacidade de deglutir líquidos adequadamente.
Mesmo com alterações bastante marcantes, os pacientes só relatam queixas relativas à deglutição em fase mais adiantada da doença e, muitos deles, não têm consciência do distúrbio, sendo necessário um exame específico para identificação das alterações.
A reabilitação da deglutição consiste em uma avaliação das limitações de cada paciente a fim de estabelecer o programa de treinamento que melhor se encaixa para ele, sendo o objetivo principal da reabilitação fonoaudiológica, o de obter uma maior força e mobilidade das estruturas envolvidas (Motta, 2012), orientando o paciente na alimentação para obtenção de uma mastigação e uma deglutição dentro das condições da musculatura facial que se encontra.
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