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São Carlos, SP, Brazil
Fonoaudióloga, CRFa.13.365. Especialista em Motricidade Orofacial pelo Centro de Especialização em Fonoaudiologia Clínica- CEFAC, Aperfeiçoamento em Fonoaudiologia Aplicada à Clínica Odontológica pela Faculdade de Odontologia de Bauru/USP, em Voz Teoria, Avaliação e Tratamento das Disfonias/Vozes Profissionais pelo Centro de Estudos Diagnóstico e Reabilitação, e em Fonoaudiologia Escolar Preventiva pelo Centro Universitário Central Paulista. Consultora empresarial (Call Center) em comunicação e Fonoaudióloga Escolar (realização de triagens com devolutivas, e orientações aos pais). PRINCIPAIS ATUAÇÕES: - Interposição / pressionamento de língua nos dentes, - Adequação das funções orais (respiração oral, alterações da mastigação, deglutição e fala); - Alterações de frênulo lingual; - Adequação das funções orais aos pacientes que utilizam prótese dentária; - Ronco (com o objetivo no fortalecimento na musculatura envolvida); - Alterações de leitura, escrita e vocal aos profissionais que utilizam a voz; Consultoria em Comunicação Pessoal (aprimorar a eficiência comunicativa com foco na necessidade do paciente).

15.6.15

Fonoterapia e ortodontia


                                                             O trabalho de cooperação entre a ortodontia e outras especialidades da área da saúde facilita o tratamento, ajuda na recuperação e traz benefícios ao paciente.

Fonoterapia e Ortodontia no tratamento odontológico

No tratamento odontológico, muitas vezes, a integração da Ortodontia com outras especialidades da área da saúde é fundamental para obter o resultado desejado. Dentre essas especialidades, a Fonoaudiologia tem papel multidisciplinar na melhoria das funções reparadores e estéticas da Ortodontia. Angle, em 1907, já afirmava que a respiração oral seria a mais potente e constante causa da maloclusão, causando desenvolvimento assimétrico dos músculos, ossos do nariz, maxila, mandíbula e uma desorganização das funções exercidas pelos lábios, bochechas. A saliva é deglutida aproximadamente uma vez a cada dois minutos durante o dia e uma vez a cada três minutos durante a noite. Se a língua estiver posicionada inadequadamente, a força exercida colocará a perder o melhor tratamento ortodôntico para a mordida aberta anterior, por exemplo.
"A recidiva é praticamente certa, pois a causa ou pelo menos uma das causas principais não foi tratada. Não poderemos obter sucesso terapêutico sem o trabalho multidisciplinar nesses casos", informa Deli Montanari Navas, Fonoaudióloga e Doutora em Ciências na área de Fisiopatologia Experimental pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP). Assim, os pacientes portadores de alterações miofuncionais orais devem ser avaliados e acompanhados por pelo menos três profissionais: o ortodontista, o fonoaudiólogo e o médico otorrinolaringologista e/ou alergista. "O comprometimento da musculatura e das funções orofaciais leva a uma modificação da forma ou mesmo da oclusão dentária", acrescenta.
Como a ciência que objetiva, na especialidade de motricidade oral, o restabelecimento das funções respiratórias, mastigatórias, atos de deglutição e fala, visando o equilíbrio miofuncional, a Fonoaudiologia trabalha com a Fonoterapia nos casos de distúrbios orofaciais aplicando exercícios que são capazes de corrigir a respiração bucal, padrões de mastigação e deglutição, bem como vícios posturais da língua, de forma a cooperar com a Ortodontia. Mas para que o sucesso no tratamento seja alcançado, é imprescindível que o ortodontista identifique a necessidade da Fonoterapia e encaminhe o paciente ao fonodiólogo.
De acordo com a doutora Deli, todos os casos em que o ortodontista suspeite de possível comprometimento da musculatura orofacial, tanto em relação ao tônus muscular e as funções quanto em relação a postura dos órgãos fonoarticulatórios - lábios, língua e bochechas - devem ser encaminhados para avaliação e tratamento. "Funções orofaciais compreendem a respiração, o sopro, a sucção, a mastigação, a deglutição e a fala. A postura é definida como a posição de repouso, ou seja, a forma como o paciente mantém os lábios e a língua quando não está exercendo atividades de fala. É importante a postura da língua e a atividade da musculatura orofacial no momento da deglutição", explica.
Geralmente, o comprometimento das funções orofaciais é indicativo de alterações muscular e postural, com exceção da fala. Isto porque entre os distúrbios articulatórios existem os chamados distúrbios fonológicos, mais frequentes em crianças que apresentam alterações na produção dos sons da fala, sem que haja comprometimento da habilidade motora. Sua origem é atribuída a alguma dificuldade de organização entre a percepção e a produção da fala. Mas o correto diagnóstico só pode ser feito por um profissional especializado; por isso a Ortodontia, que trata da forma, e a fonoaudiologia, que cuida da função, têm que trabalhar em conjunto, avaliar as possibilidades, trocar informações e planejar o melhor tratamento.
Para a doutora Deli, o início do tratamento é o momento ideal para que o ortodontista encaminhe o paciente ao fonoaudiólogo, de preferência durante o período de estudo do caso. "Acredito que o diagnóstico e o planejamento terapêutico seriam muito mais fáceis e corretos se houvesse uma associação fonoaudiológica e ortodôntica", ressalta. Por outro lado, caso o paciente passe primeiro por um fonoaudiólogo e este perceber qualquer tipo de alteração oclusal, deve encaminha-lo a um ortodontista para avaliação e planejamento terapêutico.
"Não existem regras, pois há muitas variáveis entre os casos. A melhor atitude é a discussão entre os profissionais, caso a caso, para sabermos qual tratamento devemos priorizar", pondera doutora Deli. Como exemplo, ela cita algumas discrepâncias entre maxila e mandíbula no sentido vertical ou sagital, em que o fechamento labial torna-se impossível, impedindo o estabelecimento do padrão respiratório nasal. "Nestes casos, seria indicado primeiramente um aprimoramento da condição morfológica para melhores resultados posteriores no tratamento fonoaudiológico. É muito importante que o ortodontista, quando em casos de suspeita de alteração miofuncional oral, não finalize o tratamento sem uma avaliação fonoaudiológica prévia, pelo risco de recidivas", completa.
O tratamento com Fonoterapia abrange todas as faixas etárias, ou seja, não existe um limite de idade para submeter-se aos exercícios. Segundo a doutora Deli, o que importa, na verdade, é o caso e a motivação. "Os adultos têm uma plasticidade menor, mas o que vale mesmo é o empenho, pois muitos dos exercícios requerem atenção e dedicação", garante. Existem alguns casos que são mais difíceis de se trabalhar, como por exemplo, quando a morfologia não ajuda, e o paciente entre a cavidade oral e a língua.
Na verdade, o sucesso do tratamento fonoaudiológico depende de uma eficiente respiração nasal. Tanto as obstruções causadas por hipertrofias adenoamigdalinas como as alergias ou rinites dificultam o sucesso terapêutico. Por isso, nos casos de obstruções nasais é fundamental, já na avaliação, encaminhar os pacientes para o tratamento. Sem a desobstrução das vias áreas superiores, o tratamento fonoaudiológico fica extremamente comprometido ou impossibilitado, causando desgaste do paciente e resultados pobres. "O que mantém o tônus muscular é a posição de repouso adequada: respiração nasal, boca fechada e postura de língua correta. Se o paciente não consegue respirar bem pelo nariz, a boca fará esse trabalho, comprometendo o tratamento", esclarece.
Outro fator importante, de acordo com a doutora Deli, é a motivação do paciente e da família para o tratamento, que muitas vezes exige exercícios diários. "O processo de motivação é iniciado a partir da forma como o paciente foi encaminhado para o tratamento fonoaudiológico. O profissional que o encaminha deve explicar previamente sobre a importância desse tratamento para o sucesso no resultado final: ortodôntico e fonoaudiológico, informando que são interdependentes. Todas as técnicas utilizadas pelo fonoaudiólogo devem ser explicadas ao paciente, utilizando linguagem adequada para cada idade, para que este esteja envolvido no processo terapêutico, obtendo assim resultados mais rápidos e satisfatórios, antes que a motivação se esvaia. Os músculos orofaciais respondem muito rapidamente ao trabalho miofuncional, quando bem orientado e executado. Os resultados rápidos funcionam como reforço positivo a continuidade do tratamento. Normalmente os resultados fonoaudiológicos são conseguidos muito anteriormente aos resultados ortodônticos. Portanto, os pacientes permanecem em acompanhamento por períodos mais espaçados e prolongados até o final completo do tratamento, aproveitando este tempo para a garantia do processo de automotivação dos padrões e posturas trabalhados, realizado pelo sistema nervoso central", destaca.
A fonoaudiologia pode atuar ainda na prevenção dos distúrbios orofaciais, por meio de orientação as mães ainda na maternidade. A forma correta da amamentação, a introdução das diversas consistências de alimentos no momento certo e a atenção com relação aos possíveis hábitos nocivos da criança, como chupar chupeta e dedos por período prolongado, são fatores essenciais para evitar problemas no padrão de deglutição infantil e que podem ocasionar mal-posicionamento dos dentes.
  

Fonte:http://www.orthomundi.com.br/orthomundi/pagina/13/fonoterapia-e-ortodontia

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