Fonoaudióloga, CRFa.13.365. Especialista em Motricidade Orofacial pelo Centro de Especialização em Fonoaudiologia Clínica- CEFAC, Aperfeiçoamento em Fonoaudiologia Aplicada à Clínica Odontológica pela Faculdade de Odontologia de Bauru/USP, em Voz Teoria, Avaliação e Tratamento das Disfonias/Vozes Profissionais pelo Centro de Estudos Diagnóstico e Reabilitação, e em Fonoaudiologia Escolar Preventiva pelo Centro Universitário Central Paulista. Consultora empresarial (Call Center) em comunicação e Fonoaudióloga Escolar (realização de triagens com devolutivas, e orientações aos pais).
PRINCIPAIS ATUAÇÕES:
- Interposição / pressionamento de língua nos dentes,
- Adequação das funções orais (respiração oral, alterações da mastigação, deglutição e fala);
- Alterações de frênulo lingual;
- Adequação das funções orais aos pacientes que utilizam prótese dentária;
- Ronco (com o objetivo no fortalecimento na musculatura envolvida);
- Alterações de leitura, escrita e vocal aos profissionais que utilizam a voz;
Consultoria em Comunicação Pessoal (aprimorar a eficiência comunicativa com foco na necessidade do paciente).
O cérebro guarda para sempre os sons da língua materna
O cérebro guarda para sempre os sons da língua materna
…mesmo que você não seja mais fluente nela, aponta estudo
Fonte: Revista Crescer
Sua língua materna deixa para sempre uma marca no seu cérebro. Essa foi a conclusão de uma pesquisa realizada no Canadá e publicada no jornal científico Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS),
nos Estados Unidos. Pesquisadores analisaram um grupo composto por 49
meninas de 9 a 17 anos da região de Montreal, no Canadá, onde o francês é
a língua oficial. O estudo mostrou que aquelas que nasceram na China e
foram adotadas por famílias canadenses quando tinham apenas 1 ano de
idade ainda eram capazes de reconhecer fonemas do mandarim.
As meninas foram divididas em três
grupos. No primeiro estavam as francófonas, que jamais foram expostas ao
idioma chinês. O segundo era de chinesas adotadas por famílias
canadenses, que só sabiam falar francês, e o terceiro, de meninas
chinesas bilíngues, que dominavam ambas as línguas. As garotas entraram
em contato com fonemas típicos do idioma chinês, e, por meio de um exame
de ressonância magnética, os pesquisadores puderam examinar quais áreas
do cérebro foram ativadas por esses sons. Então notaram que, mesmo que
as meninas do segundo grupo, adotadas por famílias canadenses, falassem
apenas o francês, seu cérebro ainda era capaz de reconhecer o idioma
materno.
Para a fonoaudióloga Bianca Queiroga,
presidente com Conselho Federal de Fonoaudiologia, em Brasília, esse
fenômeno tem a ver com a neuroplasticidade, que determina a facilidade
de adaptação do cérebro da criança ao estímulo que ela recebe do
ambiente. “Até os 6 anos, período crítico para o desenvolvimento, o
cérebro está mais maleável a todos os estímulos. Isso explica por que
essas crianças guardaram o sons do mandarim mesmo sem serem expostas ao
idioma”. É como se nos primeiros anos de vida o cérebro fosse uma
esponja, capaz de absorver tudo o que lhe é apresentado. O resultado é
que elas adquirem um vasto repertório do mundo. Nesse caso, o
conhecimento pode ser muito valioso para a aprendizagem do chinês e de
novas línguas.
Bilíngue ou não: eis a questão
Muitas famílias que passam pela
experiência de se mudar para outros países temem que os filhos comecem a
confundir a língua materna com o novo idioma e, no final das contas,
não falem nenhum dos dois direito. Mas, na maioria dos casos, quando a
criança tem um desenvolvimento normal, Bianca garante que não há com o
que se preocupar: “Os pais não devem ter medo que as crianças façam
confusão, porque elas vão aprendendo naturalmente as duas línguas. A aprendizagem bilíngue, aliás, traz uma enorme vantagem: faz com que a criança domine ambos os idiomas como falante nativo”, explica.
É exatamente isso o que acontece na casa
de Camila Bauhain, 32 anos, empresária. Ela é casada com um francês,
mas mora aqui no Brasil com os filhos Vivi, de 4 anos e meio, e Théo, de
2. Na França, Camila só falava em português com as crianças quando eles
estavam em casa. Mas hoje que vivem por aqui é o contrário: em família,
o idioma oficial é o francês. “Fiquei preocupada no começo, mas
perguntei à pediatra e à psicóloga e elas me explicaram que não teria
problemas, porque, até os 5 anos, as crianças pensam que os dois idiomas
são um só”, conta. Vivi logo vai começar a ser alfabetizada e Camila
parece tranquila: “Ainda não sabemos como vai ser, mas trazemos de
nossas viagens muitos livrinhos em francês e meu marido vai poder
ajudá-la.”
É claro que é possível aprender uma
segunda, terceira ou até quarta língua em qualquer idade, já que o
cérebro sempre terá a capacidade de se adaptar. No entanto, se a
aprendizagem não for bilíngue, esses novos idiomas serão falados com
menos destreza do que a língua materna. Prova disso são as pessoas que
vivem em outros países há anos e não são capazes de falar como os
nativos, apesar de serem fluentes. Sempre tem um sotaque, uma expressão,
uma construção de frase que acaba denunciando que aquele não é o
primeiro idioma aprendido.
Por esse motivo, muitos pais que querem
estimular a aprendizagem de um segundo idioma fazem questão de que os
filhos estudem em colégios bilíngues. Porém, Bianca faz um alerta: “Ser
bilíngue não é o único aspecto que deve determinar a escolha da escola. É
preciso considerar a proposta pedagógica e a abordagem da escola, para
garantir que a criança aprenda esse novo idioma de forma natural.”
Além disso, é preciso levar em conta que
muitas dessas escolas bilíngues não dão tanta ênfase ao aprendizado da
culltura brasileira: priorizam a história, os costumes e as tradições
dos países falantes do idioma a ser aprendido. Cabe a cada família pôr
tudo isso na balança e decidir o que deve ser priorizado na educação da
criança. Se há algum vínculo familiar com a cultura que será ensinada,
pode ser uma experiência interessante para resgatar suas origens. Mas se
não há conexão nenhuma, por que aprender mais sobre um país alheio do
que do sobre o país em que você nasceu e vive?
E os cursinhos de idiomas?
Para Bianca, os cursos extracurriculares
podem começar a partir da Educação Infantil, por causa da facilidade
para a aprendizagem que a neuroplasticidade propicia. No entanto, ela
alerta: “Os pais não devem forçar a criança, devem apenas incentivar,
ficando atentos para a reação dela em relação às atividades propostas no
ensino do novo idioma. Diante de reações negativas como recusa de ir as
aulas ou perda do interesse, a atividade deve ser repensada”.
Além de ter certeza que a atividade não é
apenas instrutiva, como também prazerosa para a criança, também é
preciso ficar atento à sobrecarga curricular. Lembre-se de que, além da
obrigação de ir à escola regular, é preciso deixar tempo livre para o
descanso e para o lazer.
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